segunda-feira, 2 de março de 2009

Enfermagem - Uma paixão sem remédios


A Enfermagem diferencia-se de todas as ciências humanas e biológicas pelo "olhar atento" que presta à pessoa. Mais do que tratar, a enfermeira preocupa-se em cuidar da pessoa.
A palavra “cuidado” relaciona-se directamente com a atenção. Etiologicamente, cuidado designa estar “atento alguém ou alguma coisa” que se preocupa com o seu bem-estar ou do seu estado, isto é, do seu bom funcionamento. Para mim, cuidar é uma “atenção particular” dada a alguém ou a algo. Segundo Colliére (1999), é um “acto de VIDA, no sentido de que representa uma variedade infinita de actividades que visam manter, sustentar a VIDA e permitir-lhe continuar a reproduzir-se”. Além de mais, torna-se importante cuidar no presente e no futuro na prática de enfermagem não só para atingir a cura, mas essencialmente para promover a saúde.O tratar não pode ser confundido nem assemelhado ao cuidar. Tratar está intimamente ligado ao modelo biomédico perspectivando a pessoa com um eixo cartesiano, subdivide-a em sistemas que se conectam. O modelo biomédico tem como finalidade a cura da pessoa e não a vê na sua globalidade. Enquanto, o cuidar vê a pessoa como um todo - perspectiva holística - dando mais importância ao bem estar da pessoa e aos aspectos subjectivos da sua situação, invés, de atingir apenas, a cura.
Mais importante do que tratar é importante reconhecer a pessoa como um Ser Humano e através disso, olharmos para ela nao de enfermeira - pessoa mas sim, Ser Humano - Ser Humano.
Agradeço-te a ti, Enfermagem, pela pessoa que me tenho tornado. Graças a Ti, posso sentir-me útil e contribuir para a melhoria de alguém.
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COLLIÉRE, M.Françoise (1999). Promover a Vida: Da prática das mulheres de virtude aos cuidados de enfermagem. Lisboa: Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. 3º Edição. ISBN: 972-757-109-3



Homenagem ao Enfermeiro

Tudo começou com Hipócrates numa época milenar
Que tirou das mãos dos deuses a arte de curar
E passou às mãos dos homens o que aos médicos é peculiar
Desde então a medicina só veio a prosperar

Porque na estrofe acima estou falando da medicina...
Porque é uma forma de chegar à enfermagem que a tantos fascinam
Pois a enfermagem é a reta guarda da medicina que está sempre a renovar
E até a serpente do Símbolo de Asclépio no símbolo da enfermagem também está

Todas as profissões são úteis, mas falarei duma com distinção...
É a do enfermeiro que tanto ajuda o doente na recuperação
Embora muitas vezes obtenham pequena remuneração
Mas nem por isso eles deixam de trabalhar com dedicação

Nem sempre seu esforço é compreendido
Neste mundo de desamor de pouco afeto e corrompido
Mas o enfermeiro trabalha desinibido
Para os maldizentes ele fecha o ouvido

Porque será que o doente só guarda o nome do médico que dele tratou?
Mas do enfermeiro que o tempo todo dele cuidou e zelou...
E que várias vezes nas madrugadas estavam ao lado do seu leito de dor
O doente esquece, e só lembra do médico doutor...

Estes enfermeiros guerreiros tanto os graduados nas faculdades
Como os técnicos que não prosseguiram o estudo devido suas necessidades...
E os auxiliares que às vezes trabalham com tanta humildade
Com suas vestes brancas representam o anjo da felicidade

Esta profissão está em constante evolução...
Teve a fase empírica onde foi triste a situação
Mas Deus permitiu que viesse ao mundo uma Senhora de bom coração...
Foi Florence Nightingale que na guerra da Criméia deu grande contribuição

Depois veio a idade de Florence ou "Dama da Lâmpada"
Que com seu sacrifício e renúncia fez a enfermagem subir a rampa
Com o douto conhecimento de Florence veio a terceira etapa da enfermagem
A profissão foi reconhecida graça a sua luta e coragem
Este simples poeta roga aos governos e população melhor atitude
Pela valorização da Enfermagem como profissão multidisciplinar de saúde
Para que breve o enfermeiro com toda plenitude...
Possa exercer este sacerdócio com mais amor e muita virtude...















enfermagem




Desenvolvimento da Educação em Enfermagem no Brasil (Séc. XIX)



Ao final do século XIX, apesar de o Brasil ainda ser um imenso território com um contigente populacional pouco e disperso, um processo de urbanização lento e progressivo já se fazia sentir nas cidades que possuíam áreas de mercado mais intensas, como São Paulo e Rio de Janeiro.

As doenças infecto-contagiosas, trazidas pelos europeus e pelos escravos africanos, começam a propagar-se rápida e progressivamente.

A questão saúde passa a constituir um problema econômico-social. Para deter esta escalada que ameaçava a expansão comercial brasileira, o governo, sob pressões externas, assume a assistência à saúde através da criação de serviços públicos, da vigilância e do controle mais eficaz sobre os portos, inclusive estabelecendo quarentena revitaliza, através da reforma Oswaldo Cruz introduzida em 1904, a Diretoria-Geral de Saúde Pública, incorporando novos elementos à estrutura sanitária, como o Serviço de Profilaxia da Febre Amarela, a Inspetoria de Isolamento e Desinfecção e o Instituto Soroterápico Federal, que posteriormente veio se transformar no Instituto Oswaldo Cruz.

Mais tarde, a Reforma Carlos Chagas (1920), numa tentativa de reorganização dos serviços de saúde, cria o Departamento Nacional de Saúde Pública, Órgão que, durante anos, exerceu ação normativa e executiva das atividades de Saúde Pública no Brasil.


A formação de pessoal de Enfermagem para atender inicialmente aos hospitais civis e militares e, posteriormente, às atividades de saúde pública, principiou com a criação, pelo governo, da Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras, no Rio de Janeiro, junto ao Hospital Nacional de Alienados do Ministério dos Negócios do Interior. Esta escola, que é de fato a primeira escola de Enfermagem brasileira, foi criada pelo Decreto Federal nº 791, de 27 de setembro de 1890, e denomina-se hoje Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, pertencendo à Universidade do Rio de Janeiro - UNI-RIO.